É inerente do ser humano criar expectativas sobre tudo em sua vida, e isso muitas vezes acaba sendo um fardo mais pesado do que podemos ou pensamos poder carregar. Acabamos idealizando momentos perfeitos, com pessoas perfeitas, mas na prática isso não ocorre, talvez por elevarmos nossas expectativas de tal ponto que ninguém seja capaz de enquadrar-se nelas.
Sonhamos, desejamos, queremos buscamos e muitas vezes erramos. Erramos, por não deixarmos as coisas acontecerem a seu tempo, erramos por ter medo de “dar o braço a torcer”, erramos por não viver intensamente, erramos por não assumirmos o protagonismo de nossa existência, erramos por olhar para trás, não como fonte de aprendizado, mas, com um saudosismo exagerado, esquecendo do porque ser passado.
Não acho certo também, excluirmos as expectativas de nossa vida como se fosse um mal sem fim. Elas não são, aliás são muito importantes para que nosso sorriso mais verdadeiro surja, que as ditas “borboletas no estômago” movimentem-se freneticamente, para que não nos tornemos pessoas amargas. A grande questão é, qual o limite que damos à eles. Temos que ignorar os extremos, nesse caso e na maioria deles, aliás, eles são prejudiciais.
Temos que ter discernimento, de até que ponto podemos criar expectativas para que elas nos façam bem. Muitas vezes, temos que lutar contra a descrença, a desilusão e as experiências passadas, pois é mais fácil fechar-se em uma redoma e não correr o risco de novos sofrimentos. Mas vale a pena? Sinceramente não, pelo menos para mim, por mais que se tenha passado por poucas e boas, não podemos colocar todas as pessoas no mesmo saco de gatos.
Quando encontramos novas pessoas, estamos com a defesa tão armada e tão alta que é praticamente impossível transpor essas barreiras, as pessoas não entram em nossas vidas e nós ficamos presos nas nossas próprias barreiras. Ou seja perdemos a oportunidade de quem sabe voltar a sorrir sem lágrimas nos olhos e de reconstruir nossa fé nas pessoas.
Sei, que isso é muito complexo, que não ocorre do dia para a noite e que nem sempre estamos preparados para isso, todavia, não podemos ficar presos nas teias das expectativas frustradas, temos que viver os momentos em toda sua plenitude, mesmo que não sejam eternos, eis que já dizia Vinícius de Moraes no Soneto de Fidelidade, “mas que seja infinito enquanto dure”.
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