domingo, 18 de agosto de 2013

Viagens e Devaneios

Quando escutamos as pessoas geralmente nos sensibilizamos com sua situação, suas mazelas suas tristezas e quanto sofrem, todavia, realmente a situação é este monstro todo que é pintado? Até que ponto isto não é superficial ou mesmo parcial?
A hipocrisia não tem limites, as pessoas focam-se tanto em seus problemas ou pseudo problemas e esquecem que ao seu redor existem centenas de milhares de realidades tanto quanto ou mais complexas que as suas. As pessoas estão cada vez mais individualistas competindo entre si por tudo e por nada ao mesmo tempo. Qualquer coisa é motivo de disputa...
O objetivo não demonizar a competição entre as pessoas mas torná-la mais humana e menos obsessiva, capaz de fazer com que elas compreendam que o mais importante da jornada é o caminho traçado e não o resultado obtido. Existem vitórias que podem ser caracterizadas como derrota afinal para poder alcançá-la foi preciso esquecer princípios e pisar em outrem.
Zapata tem uma frase muito interessante que expressa isso: "Quero morrer sendo escravo dos princípios, e não escravo dos homens". Conhecendo outros realidades percebemos que somos privilegiados, temos um teto, refeições, emprego, remuneração, amigos, temos possibilidade de estudar gratuitamente e em noites de frio cobertas para nos aquecer, enquanto outros tem no máximo jornais velhos e um viaduto para chamar de seu.
E, é neste momento - em que fazemos uma abordagem das desigualdades sociais - que percebemos realmente no que estas pessoas realmente acreditam e se o discurso delas tem um sentido ou se são palavras simplesmente jogadas ao vento para fazer o politicamente correto. Algumas conversas realmente valem a pena, ao conhecermos novas pessoas percebemos novos conceitos, novos posicionamentos, novas comparações novos olhares sobre uma realidade comum. com isso estabelecemos o método dialético, que entende que nenhum fenômeno da natureza pode ser compreendido, se focalizado isoladamente, sem conexão com os fenômenos que o cercam, pois todo fenômeno, tomado de qualquer campo da natureza, pode converter-se em um absurdo, se examinado sem conexão com as condições que o cercam, desligado delas; e pelo contrário, todo fenômeno pode ser compreendido e explicado, se examinado em sua conexão indissolúvel com os fenômenos circundantes e condicionado por eles.
Ao longo destas viagens e destes devaneios, compreendemos que a realidade que estamos inseridos é muito mais complexa do que imaginamos, e que nosso papel é fundamental para diminuir a alienação proposta pelo capital e por consequência atuar de maneira decisiva na luta pela diminuição das desigualdades sociais encontradas no mundo contemporâneo. Em suma assumir o protagonismo perante as relações sociais e suas consequentes transformações. 

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